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27 de março de 2013

IDA SCUDDER - A jovem que não queria ser missionária

Ida Scudder - a jovem que não queria ser missionária
Ida Scudder, nasceu na Índia em 1870 e cresceu bastante familiarizada com as dificuldades da vida missionária, especialmente a dor da separação dos entes queridos. Ela vinha de uma geração de missionários que dedicaram suas vidas à Causa do Mestre.





De acordo com a história, em quatro gerações, 42 membros da família Scudder se tornaram missionários, contribuindo com mais de cem anos de serviço missionário combinado, pois quase todos eram voltados à medicina, prática que exerceram junto ao ministério da Palavra.

Na verdade Ida não queria ser missionária e seu sonho e desejo era ter uma boa vida e morar nos Estados Unidos, de onde seus pais vieram, mas esta não era a vontade e nem o plano que Deus tinha para a sua vida terrenal.

Ida teve a oportunidade de estudar nos EUA e quando terminou o segundo ciclo, permaneceu ali para frequentar um "seminário para jovens do sexo feminino" em Northfield, estado de Massachusetts, dirigido por D. L. Moody. Ela dizia que não tinha qualquer intenção de seguir a tradição familiar tornando-se missionária, mas logo depois de formar-se em 1890 recebeu um cabograma urgente, informando-a de que a mãe se achava enferma na Índia.

Em poucas semanas, Ida estava à caminho daquele país misterioso "país horrível, com seu calor, poeira e cheiros". Seu objetivo era só cuidar da mãe e finda essa missão voltaria para os Estados Unidos a fim de realizar seus sonhos - assim ela pensava.
Embora feliz por estar reunida com sua família, Ida não se sentia inteiramente à vontade com eles. Sentia pressões de todos os lados - tios, primos, e até dos pais para não fugir do dever dos Scudder de tornar-se missionária. Foi necessária uma experiência extraordinária em sua vida, que tornou seu "chamado" pessoal para as missões médicas.

"Três homens diferentes - um brâmane, um hindu de casta superior e um muçulmano - chegaram à sua porta durante a mesma noite, pedindo-lhe que fosse prestar ajuda em partos difíceis, mas seu pai não permitiu que fosse pois os costumes religiosos na Índia proibiam contatos íntimos com estranhos do sexo oposto.

Ida passou um noite terrível preocupada com aquelas mulheres - "foi horrível não pude dormir aquela noite". Bem cedo, ela recebeu a notícia através de um empregado da casa, que aquelas mulheres morreram durante o parto. "Fechei-me de novo em meu quarto pensando muito seriamente sobre as condições das mulheres hindus e depois de muita reflexão e oração, fui ter com meus pais e lhes disse que precisava ir estudar medicina e depois voltar para ajudar mulheres como aquelas na Índia".

Hospital na Índia - legado de Ida Scudder
Ida Scudder, partiu para os Estados Unidos no outono de 1895 e matriculou-se na Faculdade de Medicina para Mulheres, na Filadélfia, onde Clara Swain, a primeira médica missionária americana se diplomara. Depois de terminar seus estudos voltou para a Índia. A princípio seu trabalho na Índia foi difícil porque os pacientes não confiavam nela. Para piorar, inesperadamente seu pai morreu de câncer, destroçando seus planos de trabalhar junto ao pai.

Ida enfrentou na Índia a cultura supersticiosa que muitas vezes prejudicava a ajuda aos doentes e necessitados das diferentes castas. Mas logo depois de sua chegada na Índia, foi iniciada a construção do hospital de Vellore com o apoio de fundos levantados nos Estados Unidos.
Além de dirigir o hospital, uma escola de medicina e dispensários urbanos, Ida com ajuda da mãe, administrava um verdadeiro orfanato. Mais de vinte crianças abandonadas foram levadas para a casa dos Scudder. Ida sentiu profundamente a perda da mãe em 1925, aos 86 anos de idade. Sessenta e três anos antes, essa mulher persistente vira negado seu pedido de sustento pela diretoria da Sociedade Missionária por julgarem que não suportaria os rigores da Índia.
A revista "Seleções", entre outras histórias, escreveu um artigo com elogios a seu respeito. "Essa mulher extraordinária, de cabelos brancos, aos 72 anos de idade, tem um andar elástico, um brilho nos olhos e as mãos fortes e hábeis de um cirurgião de 45 anos. Durante 18 anos, ela dirigiu a associação médica de um distrito com uma população de 2.000.000 de habitantes. Os médicos de toda a Índia lhe enviam seus casos ginecológicos mais complicados. Mulheres e crianças a procuram apenas para tocá-la, tão grande é sua reputação de curar".

Ida aposentou-se em 1946, aos 75 anos de idade, mas permaneceu em atividade por mais uma década. Ela dava aulas bíblicas para homens e mulheres, aconselhava os médicos nos casos difíceis até os 83 anos de idade. Em 1950, dez anos antes de sua morte, foi preparada em Vellore uma celebração do seu jubileu de ouro, marcando seus 50 anos de trabalho na Índia.

Ela ainda viveu para ver o estabelecimento de um moderno complexo médico, com cerca de cem médicos, um hospital geral com 484 leitos, um hospital de oftalmologia com 60 leitos e inúmeras clínicas móveis, todos servindo a cerca de 200.000 pacientes e preparando uma média de 200 estudantes de medicina por ano. Ida tornara-se querida e respeitada por milhões de pessoas na Índia.


Ida (centro) com mulheres (fundo) hospital

Ela se tornara tão conhecida em toda Índia que se uma carta dirigida à sua pessoa somente com o endereço de Vellore num continente naquela época habitado por trezentos milhões de pessoas, jamais se extraviava, rapidamente essa carta chegava em suas mãos.

Esta é a biografia resumida de uma grande mulher que "não queria ser missionária". Seu legado continua até hoje não só na terra, mas também na eternidade.
Ida Scudder - jubileu de ouro

Fonte: Adaptado - Ruth A. Tucker

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