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12 de outubro de 2014

Stephen Charnock O CULTO AS IMAGENS

O CULTO AS IMAGENS


A QUEBRA DO 2º MANDAMENTO

Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.” (Ex.20:4-6)
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Charnock foi reconhecido durante a sua vida como um pregador com convicções profundas, discernimento prático, e de grande aprendizado. Sua fama como teólogo, no entanto, repousa principalmente sobre seus Discursos sobre a existência e atributos de Deus (1682). Um trabalho enorme que corria a alguns 1.300 páginas na primeira edição. Continua a ser um dos tratamentos mais exaustivo da doutrina de Deus no idioma Inglês, tendo sido reeditado muitas vezes

l-  Quando lemos do ser humano sendo feito à imagem de Deus, entendemos que isso não se refere às suas faculdades físicas.

Apesar de tudo, nós compartilhamos de certas qualidades físicas com os animais, mas nenhum deles foi feito à imagem de Deus. Esta imagem se refere àquelas faculdades como a razão, entendimento, e um espírito imortal. Nossa alma é a faculdade que mais se aproxima a natureza de Deus.
II. É irracional se fazer qualquer imagem ou retrato de Deus.

A idolatria tenta fazer o impossível. A quem, pois, fareis semelhante a Deus, ou com que o comparareis? (Isaías 40: 18). Nada que seja corpóreo poderia representar de forma adequada uma substância espiritual. Somente Deus conhece perfeita e completamente a Si mesmo. Somente Ele é que pode revelar-se a si mesmo, mas não fez isso utilizando qualquer forma física. Nenhuma imagem esculpida ou pintada pode fazer justiça ao seu glorioso caráter. Qualquer tipo de representação é finita e incompleta. Por isso qualquer representação se torna uma má representação. Isso seria indigno dEle, e um verdadeiro insulto contra Ele.

Entretanto, o pecador caído é propenso a fazer uma representação de Deus. Desde o dilúvio os homens têm insistido em criar algumas imagens associadas à sua adoração religiosa. Isso é idolatria, sendo expressa e repetidamente condenada nas Santas Escrituras. Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens (Atos 17: 29).
Quando utilizamos uma imagem para adoração, acabamos adorando a própria imagem ou aquilo que ela representa. O primeiro é idolatria manifesta. O último é tolice, pois faz da imagem algo totalmente desnecessário.
III.  A doutrina da espiritualidade de Deus deveria governar todos os nossos conceitos a respeito dEle.
Deveríamos ficar felizes por não termos qualquer imagem ou retrato de Deus. Ele está muito acima de nós. Mas ainda assim Ele se inclina até nós a fim de nos revelar algumas coisas sobre si mesmo.

Deveríamos entender o quão vil é a idolatria. Nós negamos a espiritualidade de Deus quando atribuímos a Ele uma forma corpórea. Nós o rebaixamos ao tentar fazê-Lo à nossa própria imagem e semelhança. Em nossa mente nós limitamos aquilo que é infinito. Até mesmo o quadro mais bonito acaba depreciando a Sua glória. Não demora muito para os espectadores começarem a atribuir a Deus uma natureza corrupta. Mas o fato de Deus humilhar-se a si mesmo para atingir a nossa compreensão, usando figuras de linguagem, não nos dá o direito de rebaixá-Lo, pensando que Ele realmente existe daquela forma. As qualidades humanas atribuídas a Deus são mais adequadas a nossa fraqueza do que à Sua perfeição E Deus, quando se encarnou em figura humana, quis se aproximar de nossas fraquezas e não revelar a sua perfeição.

Conta um pastor que é como se a humanidade fosse um formigueiro e o homem uma formiga e Deus fosse um homem e existisse um grande e terrível problema dentro do formigueiro. Para resolver esse problema, o homem teve que se tornar uma formiga e entrar dentro do formigueiro. O homem não era e nunca foi uma formiga, mas para salvar as formigas, porque este homem amava os insetos, ele se tornou uma delas. Da mesma forma, Deus nunca foi homem, mas para salvar o homem, ele se tornou um.
IV. Considere algumas inferências sobre esta doutrina.

Se Deus é Espírito, nenhum objeto corpóreo pode defini-Lo. Nenhuma impureza da carne pode entrar em contato com Ele.
Se Deus é Espírito, então Ele não se encontra atolado numa massa de tamanho e peso, mas é livre para agir, mesmo em nossas almas. Ele não se cansa por trabalhar demais. Quanto mais nos tornamos semelhantes a Deus, mais diligentes seremos em glorificá-Lo.

Se Deus é Espírito, Ele é imortal. Morte é separação. Desde que Deus é essencialmente um Espírito não composto, então não pode haver nenhuma separação nEle. Esta verdade serve de grande conforto para os filhos de Deus.
Se Deus é Espírito, então nós podemos ter comunhão com Ele em espírito. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus (Salmos 51: 17). Portanto, precisamos ser renovados no espírito da nossa mente (Efésios 4: 23).
Se Deus é Espírito, somente Deus pode satisfazer o nosso espírito. Nada que seja de natureza física, pode realmente satisfazer um espírito faminto. Nós deveríamos ter um desejo ardente de Deus. Somente nEle é que encontramos descanso, contentamento, e plenitude.
Se Deus é Espírito, nós deveríamos cuidar melhor do nosso corpo e do nosso espírito. Muitas vezes nós vivemos como se a nossa constituição física fosse tudo para nós. O cristianismo faz com que o homem fique principalmente interessado em seu espírito.

Se Deus é Espírito, devemos ficar em alerta, especialmente contra os pecados do espírito. Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus (2 Coríntios 7: 1). Os pecados da carne são malignos, e dignos da ira eterna de Deus, mas os pecados do espírito são especialmente malignos, pois contaminam aquilo que é mais próximo entre Deus e nós. Os pecados da carne nos tornam semelhantes a bestas brutas, enquanto os pecados do espírito ao maligno. Assim como a espiritualidade é a raiz de outras perfeições em Deus (como listamos anteriormente), assim também a santidade de espírito, em nós, é a raiz de outras formas de obediência em nossa carne.”…



Tradução – Eduardo Cadete    https://iprbsp.wordpress.com/2013/03/20/a-quebra-do-2o-mandamento/

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